Algo sobre Liderança

14/02/2021 16:00

A sabedoria das lideranças estratégicas dentro das Organizações está em valorizar os investimentos realizados nas Pessoas, nos Produtos e Serviços, e nos seus variados Processos, não só pagando a conta, mas envolvendo-se no clima de “aeração” que os programas promovem e sabendo trazer seus colaboradores a vivenciar a visão da Organização.


Lembro de algo que me aconteceu no final de 1986. Eu estava terminando o quarto e último ano do curso de Química pelo Instituto Politécnico de Curitiba, e numa sexta feira, na última das cinco aulas da noite, o professor Rui Simas da matéria de Química Industrial, pede que eu fique depois da aula um pouco pois queria falar comigo. Os colegas que iam para o mesmo lugar que eu ficavam à porta da sala pressionando “o ônibus, vamos perder o ônibus” e eu enfim os dispensei (mas a curiosidade fez com que eles ficassem esperando fora da sala). O Professor disse-me que esteve me observando durante o ano e queria me indicar para trabalhar numa importante indústria cerâmica da região, onde ele mesmo trabalhava durante o dia. Fui para a empresa, um jovem de 18 anos ganhando quase dez salários mínimos em seu primeiro emprego após uma carreira de 3 anos crescendo na empresa anterior de Office Boy a Auxiliar de Planejamento da Produção (uma espécie de faz tudo dos engenheiros da época).


Fiquei encantado com o salário, com estrutura, com o cargo, com o investimento em treinamento (eram uns três por ano) com a implantação do CCQ, leia certo não era CQC e sim CCQ (Círculos de Controle de Qualidade), que promoviam a interação entre pessoas de diversas áreas da empresa. Em apenas alguns meses a empresa me selecionou para um curso onde fiquei um ano apenas em treinamento em São Caetano/SP. Tudo maravilhoso mesmo, se não fosse meu líder direto, a quem vou dar o nome fictício de Ademir. O Ademir estava na empresa desde 1965. Nosso departamento era o de controle de qualidade e depois do curso, deixei de apenas fazer os testes de laboratório para ir direto na produção fazer as coletas. De fato eu me perguntava, porque fazer aqueles testes sendo que quando eles ficavam prontos (quase um mês depois) os produtos já estavam até instalados na casa do cliente. Mas o Ademir dizia, isso é assim mesmo Gerson, desde 1965 é assim, não tem porque mudar.


Lá na produção descobri que eles tinham o seu próprio “departamento de controle de qualidade” e tudo o que fazíamos no departamento de controle de qualidade da empresa, eles faziam com quase trinta dias de antecedência do nosso. Um dia, tendo todo o serviço realizado, resolvi chegar ao setor de produção para conversar sobre qualidade de produtos. Embora um novato ainda, eu já sabia o que estava acontecendo, tinha discernimento e já sabia o que iria ouvir: “Se nós esperarmos o teu departamento fazer os testes a produção cai para um quarto de capacidade.” E era a verdade. Acabei saindo daquela empresa e lamentei muito e por muito tempo, por causa do salário. Mas entendi que liderança é coisa séria.


Cena do Filme REI ARTHUR - Um ótimo Líder

Líderes “cabeçudos” que não querem aprender mais, que chegaram a seus postos por tempo de serviço, como se dizia antes “tempo de serviço é posto (posição)”.  Líderes vaidosos. Líderes teimosos. Líderes que têm medo de expor que não sabem tudo, que têm medo de mudanças, que têm medo de perder o posto. E por aí vai.

 

As lideranças precisam entender, como bem colocado por Jack Welch em “Paixão por Vencer” que eles não precisam saber todas as respostas, mas precisam saber todas as perguntas. (ao lado: Cena do Filme REI ARTHUR - Um ótimo Líder).

 

Eu tive bons e maus líderes. Entre os bons lembro-me de Luiz Jacobi. Ele tinha sua sabedoria fruto de uma longa vivência. Ele sabia colocar alguns jargões interessantes para reforçar seus posicionamentos. Um dia reclamei com ele: Jacobi, você me liga aqui na filial e me envia e-mails elogiando pelos resultados, mas quando vem aqui me passa “um sabão”. Ele, safando-se dizia “Gerson, não fique preocupado quando eu corrigir, fique preocupado quando eu não te corrigir, pois eu só corrijo aqueles com quem eu tenho planos de continuidade”. Um outro jargão dele veio numa reuniões com a equipe de gerente das filiais: “Gente, eu não estão reclamando de vocês que está faltando empenho. Eu sei que todos aqui têm EMPENHO, eu estou reclamando mesmo é que falta DESEMPENHO. Vocês têm muita INICIATIVA mas vejo que está faltando “ACABATIVA”. Entre risos e gargalhadas ele soube trazer todos a uma renovação do comprometimento com as metas.


Quando comecei minha carreira de Gerente na rede de lojas em que o Jacobi era o Supervisor Regional, ele me ofereceu uma filial que “precisava de um líder de visão e motivado”, ou seja, a pior loja da região. Quando assumi ele disse-me “Garoto (olha eu tinha 34 anos), faça seu melhor, quando tiver uma oportunidade eu te passo para uma loja maior, por enquanto vá conduzindo a loja e veja se alguém se salva aí, pois talvez a gente tenha que fechar a filial. Cheguei à loja  e o ambiente era o pior possível, e a equipe também, mas ele me deu liberdade para trabalhar e a loja reagiu e virou referência na Regional.

 

O Jacobi dizia pro pessoal, liguem pro Gerson e vejam o que ele está fazendo que está dando certo e brincava “não é que o danado do Gerson sobreviveu”, mas enfim, contudo que muitos não gostavam dele, eu entendi que ele sabia valorizar as idéias e as pessoas. Com a graça de Deus e muita visão e ação, ninguém se perdeu na filial e um ano depois na Convenção da empresa num maravilhoso Resort recebi Prêmios de Loja com maior Crescimento e Destaque do ano. E o Jacobi estava lá dizendo para mim na frente de todos “Parabéns, Gerson” mas não deixou se gabar com os outros supervisores “Esse é da minha regional”.


Lideres precisam ser otimistas, realistas, motivadores, porém não podem deixar de tomar decisões enérgicas, mesmo que isso mexa com os seus “índices de aceitação”. Afinal, amigo não é aquele que diz o que você gosta de ouvir, nem aquele que diz o que você não gosta de ouvir, mas é aquele que diz o que você “precisa” ouvir. Como o pastor de ovelhas, que vai atrás do rebanho, não apenas para impedir que alguma rez se perca, mas “pressionando” o rebanho a seguir em frente.


E, por fim, novamente nas palavras de Jack Welch: Líderes Celebram as Conquistas. Afinal de contas, não se pode deixar as vitórias passarem sem reconhecimentos e celebrações.


Um grande abraço,


Por Gerson Luiz Garcia de Lima*

 

Gerson Luiz Garcia de Lima, Empresário proprietário da empresa GED PREMIER Marketing Multicanal, representante da Empresa ZIPCODE BRASIL, é especialista na área de Marketing Multicanal, Liderança e Formação de Equipes Comerciais, Monitoramento de Equipes por Indicadores e Resultados. Gerente Comercial no segmento Varejista durante 9 anos (Lojas Colombo) e Administração de Equipes orientada por Metas e Resultados, com conhecimento de Mercados, Plano de Negócios, PDCA, Análise  SWOT, 5W2H, Giro de Estoque/curva ABC, Ações de Marketing, Merchandising e Liderança. Iniciou todo o processo comercial de duas empresas, implantando o sistema de Compras e Vendas, Cobrança e Análise de Crédito: Padronização de processos e documentos, procedimentos, normas e políticas comerciais de relacionamento com clientes Consultor de Empresas pela RIMUNER Consultoria e Treinamento.

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